No último fim de semana, unidades de saúde da Região Metropolitana do Recife (RMR) registraram um aumento fora do comum nas emergências oftalmológicas, em decorrência de queimaduras nos olhos, causadas por pomadas fixadoras de cabelo. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), neste momento, ainda não correlacionam os casos aos produtos considerados suspeitos, listados e proibidos pela Anvisa, no mês passado. Como é preciso um estudo aprofundado das ocorrências, a Apevisa faz um apelo para que as pessoas, diante do quadro inicial e de incerteza, evitem usar os cosméticos capilares, seja qual for.
“Esse aumento de pessoas com problemas oculares vão ser causa de investigação das duas entidades, a Apevisa e a Anvisa. Os produtos que são considerados impróprios pela Anvisa continuam sem ser comercializados e proibidos. Há indícios, neste início de análise, que algumas pessoas tiveram quadro de intoxicação ocular, mesmo com produtos liberados pela Anvisa. Vamos, a partir de agora, atrás da raiz do problema para se chegar a resultados concretos”, aponta o diretor geral da Apevisa, Josemaryson Damascena Bezerra.
A Apevisa, inclusive, solicitou aos coordenadores municipais do órgão, em nota técnica, a intensificação na fiscalização de redes atacadistas, varejistas de cosméticos, além de salões de beleza do Estado. O objetivo é dar seguimento à inspeção para retirar de mercado as pomadas já proibidas pela Anvisa.
Nessa investida da Apevisa, os produtos considerados irregulares, caso encontrados, vão ser recolhidos do mercado. Aos consumidores que adquiriram algum desses itens, sem o devido conhecimento, a determinação é comunicar e devolvê-lo à Vigilância Sanitária do respectivo município.
“A Anvisa publicou várias resoluções para apreensão e interdição cautelar de alguns produtos, que já haviam sido detectados com potencial elevado de intoxicação ocular. Trata-se de um assunto preocupante”, diz Josemaryson.
INVESTIGAÇÃO – Para iniciar as investigações, a Apevisa percorreu as principais emergências oftalmológicas da RMR, na última terça-feira (07/02), que receberam pessoas em decorrência dos casos de intoxicação ocular, por uso de pomadas fixadoras. A maioria são mulheres, que fizeram o peteado em salões de beleza. Em uma amostragem pequena, detectou-se que a irritação foi desencadeada por produtos regularizados pela Anvisa.
Os sintomas observados incluem dor, vermelhidão, ardor intenso, lacrimejamento, fotofobia e até cegueira temporária. Na dúvida, a Apevisa reforça que o mais seguro para as pessoas, no momento, é evitar o uso desse produto capilar.